terça-feira, 10 de abril de 2012

Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós. E fomos ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis aquecer a outra. (..)  Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dizer xau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E tu olhas-te do elevador e  perguntas-te: não me tou a esquecer de nada? E eu quis gritar: tás, tás esquecer-te de mim. E tu depois perguntas-te: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu. Eu sempre fui tua. Eu já era tua antes mesmo de saber que tu um dia não ias querer-me.